O seu a seu dono
Se Jorge Sampaio não tivesse acordado para a realidade no final do ano passado, teria sido muito pior: uma confusão total na atribuição de responsabilidades. Assim, temos a vantagem de poder distinguir mais facilmente as contribuições de cada executivo para o actual desastre que são as contas públicas e a economia nacional. As responsabilidades principais são dos governos de Durão Barroso e Santana Lopes, mas são também de Jorge Sampaio, que deixou esta fantochada arrastar-se desnecessariamente por mais tempo do que devia. São deles e não “nossas”. Não podem ser generalizadas a quem manifestamente não tem intervenção nenhuma neste processo. Sobretudo, não podem ser compartidas com a população em geral. Essa terá responsabilidades por estar endividada até à medula dos ossos para comprar a casa, o carro e os electrodomésticos, mas não tem responsabilidades sobre a despesa pública, ou sobre a falta de vontade para conferir poder fiscalizador à DGCI, ou sobre os negócios ruinosos e a alienação alarve do património.
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