sexta-feira, julho 16, 2004

José Sócrates

Partilhei a minha atenção à entrevista de José Sócrates com as últimas páginas do livro que estava a ler. Não sou, por isso, a pessoa mais indicada para a comentar. Do que retive, sobressaiu um discurso com aroma a campanha, e não somente para o interior do PS. José Sócrates pareceu já bastante convencido que será o próximo secretário-geral do PS e dirigiu-se a uma audiência mais vasta. Verdade seja dita, não é o único. Sendo reconhecidamente da ala direita do PS, frequentemente apelidada de esquerda moderada ou centro-esquerda, optou por não hostilizar a esquerda, elogiando até o contributo de Ferro Rodrigues como SG. Convenhamos, era o mínimo que se podia esperar. A candidatura de JS nasce na ressaca da recusa de António Vitorino, nome apontado como o mais consensual no PS para suceder a FR. Além de que esta tendência para agradar a vários sectores ao mesmo tempo é típica da escola guterrista, na qual JS se revê inteiramente. O problema é que já sabemos como terminou o guterrismo e se JS não aprendeu as lições essenciais desses tempos, mais cedo ou mais tarde pode esperar um final semelhante.