Diferenças significativas
Não é verdade que Sócrates e Santana sejam as duas faces da mesma moeda. Simplesmente, não é. Nem será necessário referir as manifestas divergências ideológicas que os separam para o constatar.
A principal e mais significativa diferença ente eles reside no facto de José Sócrates, como hipotético primeiro-ministro, não constituir uma vergonha para o país. Podemos não concordar com as suas propostas ou com a sua forma hiper-planeada de fazer política, mas não nos envergonhamos da sua presença no executivo. Sócrates, simpatize-se ou não com a personalidade política, nunca evidenciou a falta de sentido de Estado, a falta de respeito pelas instituições e pela democracia que Santana mostrou à saciedade. O ex-ministro do PS pode fazer antever uma governação cinzenta, vocacionada para o centrão, mas não levanta suspeitas de enveredar pela falta de vergonha, pela dissimulação e pela incompetência gritante que Santana Lopes semeou e colheu em menos de meia dúzia de meses.
A verdade é que Santana Lopes e os seus acólitos ultrapassaram limites inconcebíveis, dos quais a estratégia de campanha é o mais recente exemplo. Perante o insucesso governativo e a derrota eleitoral anunciada, o PSD de Santana Lopes não hesita em recorrer à deturpação consciente da realidade ao sabor das conveniências e, até, à insinuação rasteira.
Por isso é tão importante que a derrota do PSD nas próximas eleições seja avassaladora. Só assim se pode extirpar uma forma de estar na política que é danosa para todos, ao mesmo tempo que se envia uma mensagem clara aos que continuam a pensar alicerçar a sua carreira em métodos semelhantes. Para que as novas gerações de Santanas, Gomes da Silva e quejandos se veja remetida à insignificância política.
2 Comments:
oh miguel, acha mesmo?
é impressão minha ou estamos a caminhar para uma situação é que o melhor político é aquele que não tem nada para dizer?
ou aquele que mais detecta os erros dos outros?
sinceramente estou um bocado farto do nosso sistema partidário, onde o único objectivo é deitar abaixo os que estão, porque a seguir somos nós. onde não há espaço, nem condições para acordos parlamentares sobre diferentes matérias...
vejo o esforço que existe diariamente para encontrar divisões entre PSD e PP, ou para falar nos maus políticos que teve o PS, e não vejo espaço nenhum para se falar no que houve de bem nem dos bons políticos.
sócrates será um autoritário que será canabalizado pelo próprio partido.. a ver vamos.
Até admito que as personae não sejam comparáveis mas tenho poucas dúvidas de que o resultado da governação de Sócrates venha a ser o mesmo: o cada vez maior alheamento dos portugueses da política e dos seua actores, a cada vez maior descredibilização do Estado e do Governo, o enorme autismo que ressalta dos discursos políticos, a falta de carisma que leve os cidadãos a empenharem-se na causa pública, a continuada ausência de exemplo de respeito por valores éticos, etc, etc, etc.
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