Ponto de partida
O caso de Terri Schiavo é particularmente complexo. Nomeadamente, porque a sua situação clínica parece muito ambígua. Discute-se desde a correcta natureza e irreversibilidade do seu estado até ao facto de o tubo que a alimenta ser uma forma de tratamento ou um suporte básico de vida.
O marido de Terri afirma que ela não quereria viver assim. Os pais, por seu lado, têm lutado para que a sua filha seja mantida viva. O caso tem percorrido os tribunais norte-americanos e até George Bush já tentou intervir. Neste momento, está a ser aplicada a última decisão judicial que ordena que se suspenda a alimentação a Terri, o que conduzirá, obviamente, à sua morte. Os recursos entretanto apresentados pelos pais não têm recebido acolhimento nos tribunais. Pelo meio, é preciso dizê-lo, surge um seguro de vida milionário que faz levantar ainda mais incertezas. Nada parece ser evidente, neste caso.
Independentemente do que se venha a concluir sobre o caso clínico de Terri ou sobre o que move os seus familiares, há um aspecto fundamental que não se encontra assegurado: ninguém conhece a verdadeira opinião de Terri. Aquela expressa pelas suas palavras e não pelo que alguém diz que ela eventualmente quereria, aquela que deveria contar acima de todas as outras.
Tudo o que se sabe é o que o seu marido afirma. Não é suficiente. Nesta matéria tudo o que seja menos que a vontade expressa do próprio corre o risco de se transformar num erro tenebroso. Numa matéria tão delicada, a vontade manifesta de morrer é o ponto de partida para que se comece a discutir o assunto em todas as suas outras implicações. De outra forma, não se vislumbra com que autoridade podem outras pessoas decidir sobre a morte de alguém.
Sobre o caso Terri Schiavo ler o post Grelos e Nabiças, no Blogame Mucho.
1 Comments:
se ela pudesse falar daria o divórcio ao marido e assunto resolvido.....
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