terça-feira, maio 31, 2005

Não? Sim.

Ganhou o Não em França. Confesso uma certa dificuldade em aceitar que não podemos passar sem algo que ainda não temos. Julgo que ou essa hipótese implica reconhecer que a UE se encontra esgotada neste preciso momento ou então se trata de um manifesto exagero. Estou mais inclinado para esta última. Até porque a primeira teria como consequência que os responsáveis políticos não souberam conduzir o processo de construção europeia, deixando-o perante uma porta fechada que necessita de 25 chaves em simultâneo para ser aberta. Não quero acreditar em tamanha insensatez. Prefiro pensar que se tem exagerado as consequências de uma não ratificação deste tratado por todos os estados.
Sou, por princípio, bastante a favor do europeísmo, do iberismo e de outros ismos que permitam dirimir convenientemente a nossa portugalidade (o nosso portugalismo?). Como se vai ver, não estamos perante o fim de nada. Pelo contrário, esta votação tem a vantagem de fragilizar, senão acabar, com os cenários catastróficos advogados por todos os que querem impor a Constituição Europeia à custa do medo e da manipulação primária. A Constituição até poderá ter mais virtudes do que defeitos, mas a forma como a estão a querer impor é reprovável. Mais vale uma integração europeia consolidada, embora lenta, do que imposta artificialmente por reformas rápidas e indesejadas.

2 Comments:

At 11:47 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Aconselho a leitura deste artigo sobre a Constituição Europeia. Curto, incisivo e documentado. Aqui vai o link no Resisitir.info: Anexos da Constituição
Alibaba

 
At 7:28 da tarde, Blogger Ricardo said...

De facto, esses anexos são inquitantes (para mim uns mais outros menos). No entanto, não acho, como se diz no site, que exista uma tentativa sub-reptícia para conduzir à deriva totalitária. Nâo acredito em teorias da conspiração. Contudo, lá que as há, há!

 

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