A IVG não precisa de Malthus
Determinadas discussões deixam-se facilmente dominar por argumentos falaciosos que acabam por se voltar contra o lado da barricada de onde são proferidos. Invocar as duras condições em que as crianças vão crescer, como por vezes se ouve, não pode ser o argumento decisivo na defesa da despenalização do aborto. A despenalização do aborto defende-se argumentando com o desfasamento entre a sensibilidade da opinião pública sobre o assunto e a actual lei, com o facto de esta não demonstrar capacidade para impedir a criação de uma indústria ilegal que enriquece à custa do infortúnio alheio nem inviabilizar a proliferação de práticas medievais de interrupção da gravidez. No fundo, com a necessidade premente de oferecer condições de dignidade e de salubridade adequadas a quem toma esta opção.
A defesa da despenalização do aborto não pode deixar-se capturar por lógicas próximas do malthusianismo. Não só não tem nada a lucrar com isso, bem pelo contrário, como pode mesmo ver a discussão sair do eixo à volta do qual deve centrar-se.
1 Comments:
Vim agradecer a visita...
Bjs
Flávia
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