segunda-feira, julho 18, 2005

Auto-retratos



Parmigianino, Self-portrait in a Convex Mirror, ca. 1523-24

3 Comments:

At 1:41 da tarde, Blogger Evaristo Ferreira said...

Olá, Miguel!
Curiosa figura, este Parmagianino.
Tem mãos de trintão e cara de menino. Totalmente desconhecido, para mim.
Um abraço.

 
At 9:36 da manhã, Blogger Miguel Silva said...

Também só conheci nas minhas deambulações em busca de auto-retratos para publicar. Gostei deste porque, representando uma imagem num espelho convexo, tem a particularidade de estar pintado num pedaço de madeira igualmente convexo, reforçando a ilusão.
Foi pintado aos 21 anos de idade, pelo que a aparente velhice da mão pode dever-se, eventualmente, ao estado actual da pintura. No entanto, também é admissível que aquilo que o Evaristo está a identificar como sinais de velhice não passe do desenho das veias. Por estas alturas, e até bastante mais tarde, o tom de pele pálido era bastante valorizado, não só esteticamente mas também socialmente. Com efeito, o tom de pele bronzeado, assim como o mau estado das mãos, indicava que a pessoa exercia um qualquer tipo de actividade laboral. Logo, não provinha das classes privilegiadas. Parmigianino quer, com esta pintura, chamar a atenção para a sua mão - está em primeiríssimo plano - sendo de duvidar que a pintasse, de forma deliberada, sem cautelas estéticas ou sociais.
Um abraço.

 
At 5:43 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Esta pintura é uma das obras de arte mais notáveis e revolucionárias que existem.
Repare-se que ela foi executada na primeira metade do séc. XVI, num tempo, portanto, em que o Renascimento se estabelecia, triunfante, por toda a Europa.

Com este seu auto-retrato propositadamente deformado, Parmigianino fez uma ruptura radical e revolucionária com a arte do Renascimento, dando início a um novo capítulo na História da Arte europeia. Esta sua pintura é considerada por muitos a obra fundadora do Maneirismo.

Como se sabe, a arte do Renascimento perseguia o ideal clássico da beleza imortal, da harmonia, do equilíbrio, da perfeição estética. O Maneirismo, pelo contrário, procurou exprimir o exagero, o contraste, o delírio, a deformação.

Em vez da contemplação da perfeição clássica, o Maneirismo quis provocar sensações e emoções nas pessoas. Este nosso tempo de agora é um tempo profundamente maneirista.

 

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