11-9
Faz hoje dois anos que o mundo presenciou os atentados contra as Torres Gémeas de Nova Iorque. Nesse dia o mundo esteve mais próximo do que nunca. O efeito da globalização também se mede nos atentados terroristas. Aliás, o terrorismo aposta inegavelmente no fenómeno da globalização para potenciar os seus efeitos.
Qualquer acto terrorista tem como objectivo criar insegurança generalizada. O medo atravessa sexos, idades, classes, países, culturas. Um acto terrorista não se esgota nas suas consequênias imediatas com a destruição de vidas. Tem uma componente que o prolonga no tempo e que se caracteriza pelo medo e incerteza generalizado de uma repetição. Este efeito secundário pode ser tão devastador como o primeiro. Tem como objectivo limitar a acção de um número alargado de pessoas. Induzir desconfiança, medo, hostilidade e reprimir liberdades, solidariedades e proximidades.
A luta e a vitória sobre o terrorismo assentam também na capacidade de não ceder nestes campos. Reforçar a compreensão e a interajuda entre povos e culturas é a melhor forma de tirar base de sustentação ao terrorismo. Eventualmente, teremos de viver com a ideia de que haverá sempre alguém disposto a pôr-nos à prova. Consolidando os laços que nos unem estamos a garantir que a indignação perante estas brutalidades será cada vez maior. E essa é uma arma poderosíssima para lutar contra as bases do terrorismo. Porque se utiliza o mesmo pressuposto do inimigo, o de limitar os seus movimentos, tirando-lhe o possível apoio que possa reunir junto das populações.
Neste dia é essencial não esquecer estas valiosas lições que o 11 de Setembro nos legou.
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