quarta-feira, novembro 19, 2003

Ainda o BB nas escolas

Em dois dias consecutivos apareceram na imprensa, nomeadamente no Público, artigos sobre a inclusão nos programas escolares do tratamento de conteúdos como o regulamento do Big Brother e o argumento das novelas de horário nobre (Eduardo Cintra Torres, na edição de segunda-feira, e Maria Filomena Mónica, nas edições de segunda e terça-feira). Maria Filomena Mónica desemboca numa conclusão altamente polémica, embora aparentemente ainda ninguém se tenha manifestado (Os Marretas já repararam mas não me parece que se tenham pronunciado). Escreve MFM: Enquanto os filhos dos pobres são metidos em salas de aula onde se discute o que levou Tomé a expulsar a Maria de casa, os meninos privilegiados entretêm-se a ler poetas simbolistas. A inclusão do Big Brother nos manuais escolares é a via escondida para a exclusão social. Em suma, os novos programas servem para proteger os meninos que frequentam as escolas privadas dos "bárbaros" que subitamente invadiram os liceus do Estado.
O sistema de ensino português pode, na minha opinião, ser caracterizado como uma conspiração liderada pelo DES (Departamento do Ensino Secundário), agindo como um comité da burguesia, a fim de manter os filhos dos pobres "no seu lugar", desta forma libertando os filhos dos ricos da maçada de ter de competir.