Estranha forma de análise
Por cá continua a ser debatida a tese de que a derrota do PP espanhol se ficou a dever aos atentados terroristas. Como já referi, não posso estar menos de acordo com esta interpretação. Aliás, uma consulta aos meios de informação internacionais permite cruzar pontos de vista que corroboram a gestão governamental da informação após os atentados como o ponto crucial para definir o resultado eleitoral. E as sondagens que atribuíam a vitória ao PP, nos dias que antecederam os atentados, aí estão para provar que a Espanha estava preparada para perdoar a intervenção no Iraque.
Seria extremamente interessante que se realizasse um estudo sobre o sentido de voto nestas eleições e as motivações do eleitorado. Desta forma, ficar-se-ia definitivamente a saber quem votou em quem e porquê. Assim, só ficaria por esclarecer por que é que alguns tentam escamotear o comportamento do governo no período entre os atentados e as eleições, preferindo explicar os resultados com uma ‘natural’ saturação após oito anos de PP ou com uma reacção amedrontada dos eleitores aos atentados.
Até que se prove o contrário, continuo a pensar que domingo foi um grande dia para o sistema democrático.
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