quarta-feira, junho 30, 2004

O adeus de Durão

Durão Barroso chega à Presidência da Comissão Europeia como terceira ou quarta escolha. O cargo tem o prestígio que tem. Ser terceira ou quarta escolha também. É concebível que a visibilidade de Portugal aumente na Europa e talvez no mundo. É expectável que o facto de ter um português a ocupar este cargo desperte maior atenção dos meios de comunicação social pelas questões europeias e que o país siga essa tendência. No entanto, as vantagens para Portugal terminam aqui. De DB, enquanto presidente da CE, não se espera que beneficie Portugal. Não se deve esperar isto da mesma maneira que é totalmente inconcebível que qualquer presidente da CE use o cargo para beneficiar o seu país. O cargo de presidente da CE, como cargo político que é, deve ser desempenhado no interesse de todos e não na defesa de interesses particulares. É conveniente que o afirmemos hoje, com um português no lugar, para melhor podermos reivindicar amanhã quando outros falharem nesta missão.
Pelo que demonstrou enquanto PM de Portugal, não se pode esperar grande desempenho de DB à frente da CE. Se, de facto, o que é bom/mau para a UE é bom/mau para os seus Estados membros, então podemos até duvidar que existam quaisquer vantagens para Portugal pelo simples facto de DB ter chegado onde chegou. Pelo contrário, e pelo que já se pode constatar da indefinição política que deixou no plano interno, a saída de DB para a CE tem trazido muito mais inconvenientes do que os eventuais benefícios que se encontram ainda por confirmar. Até no momento de sair, DB consegue envolver-se numa aura de atabalhoada inépcia.

1 Comments:

At 12:26 da tarde, Blogger Luís Bonifácio said...

Se a tradição laranja se mantiver, Portugal até vai sair prejudicado com isso.
Quando Deus Pinheiro foi comissário, acordou que a denominação "Vinho do Porto" fosse só protegida dentros dos países da UE, permitindo a sua utilização em qualquer país fora dela. Os conglomerados de bebidas Norte-Americanos, Ingleses e Australianos bateram palmas. Após esta sua decisão Deus Pinheiro vangloriou-se das suas posições europeístas

 

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