(Des)continuidade
Com a demissão de Durão Barroso, caso a Assembleia não seja dissolvida, o que passamos a ter, de facto, é um novo governo suportado pela mesma composição parlamentar. Algo que está em perfeita consonância com a separação entre o poder legislativo e o poder executivo. Desta forma, a desejável credibilidade dos nomes que compõem o novo executivo não se pode confundir com a necessidade de manter o mesmo rumo de políticas governativas. Até porque o grande objectivo do governo de Durão Barroso – a redução do défice – não foi, de forma alguma, alcançado. Apesar das medidas extraordinárias para o encobrir, estruturalmente continuamos com um défice excessivo. E isto tendo em conta todos os sacrifícios que foram exigidos à população. Verdadeiramente, não há qualquer razão para que se queira impor uma continuidade nas linhas políticas do novo governo que aí vier. Pelo contrário, as alterações são, até, muito bem-vindas. O grande problema consiste no facto de se estar a querer impor uma solução que além de carecer de legitimidade, carece também de credibilidade. Se se confirmar um governo liderado por Pedro Santana Lopes, não só não se pode esperar qualquer melhoria significativa como há fortes possibilidades de ficarmos numa situação ainda mais problemática em curto espaço de tempo. Não é de uma continuidade que o país precisa. É de uma ruptura.
1 Comments:
"O grande problema consiste no facto de se estar a querer impor uma solução que além de carecer de legitimidade"...
Eu também acho que este Presidente é mau, mas repare em duas coisas:
1. Quem quer impor? Na imprensa só se ouve a oposição (e alguns PSD) a pedir eleições. Ainda não vi ninguém a pedir continuidade.
2. Qualquer solução emanada pelo Presidente é por definição, legitima.
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