quinta-feira, outubro 14, 2004

Sobre o jogo

Os jogos vistos na televisão ou ao vivo são muito diferentes. Criam-se impressões diferentes, não só pelo ambiente que um estádio proporciona, mas sobretudo pela perspectiva do jogo que se tem. Numa transmissão, para o bem e para o mal, ressaltam os pormenores, enquanto num estádio sobressai o conjunto geral. Ou seja, enquanto que através da televisão nos pode chegar um passe teleguiado de 30 metros, no estádio pode ficar a impressão que havia meia equipa melhor colocada para receber a bola.
Com este resultado, a selecção reconquistou o apreço da crítica. Sete golos são muitos golos e a Rússia era, supostamente, a segunda selecção mais poderosa do grupo. Mas as coisas podem ser vistas por outro prisma. Só os dois primeiros golos, em que num parece haver um fora-de-jogo e no outro uma pequena confusão, foram marcados dentro da grande área. Aliás, até parece que os restantes não só foram todos marcados de meia distância, como esta foi, até, progressivamente aumentando. Houve umas boas trocas de bola, algumas boas desmarcações servidas por alguns bons passes. Mas a verdade é que os russos não se mexeram durante quase toda a primeira parte e há dúvidas que tenham regressado para a segunda. Foram uma completa nulidade. E contra esta nulidade, o que Portugal conseguiu foi sofrer um golo e chegar apenas por duas vezes à área adversária.
Bem vistas as coisas, a defesa continua a desconcentrar-se incompreensivelmente e o guarda-redes treme tanto que assusta. O meio campo funcionou bem, mas também não tinha ninguém à frente. E o ataque... o ataque é a magia de Deco e a garra de Ronaldo e acabou-se, porque Pauleta parece que chegou agora à equipa e, mesmo assim, continua a ser o nosso melhor ponta-de-lança. Como esta gente não desaprendeu a sua arte, a a ausência de Figo, sendo importante, não explica tudo, temos que nos interrogar sobre o trabalho de Scolari e de Madaíl. Infelizmente, ou muito me engano, ou o post idealizado sábado há-de ter razões para ser publicado, mais jogo menos jogo.

1 Comments:

At 7:59 da tarde, Blogger João Mãos de Tesoura said...

Caro Miguel
Imagina se Mourinho tivesse guiado as quinas ... que troféu teríamos hoje do Euro2004?
Fala-se demasiado em Scolari; tal como Gastão, aquele homem teve a sorte de ter tido as equipas que lhe deram a fama. Agora ele tem a equipa que merece ... infelizmente para nós!

 

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