quarta-feira, abril 27, 2005

Dr. Abílio

Não sei se já deu para perceber, mas não ando com muita paciência para isto. Curiosamente, este fastio não me provoca qualquer aflição. A irregularidade dos posts é do melhor que há para arrumar com as audiências e eu sinto-me tanto mais livre para escrever quanto menor for o número calculado de leitores. Manias...
Estou desde manhã para escrever este post, mais exactamente desde que me cruzei com este poster no Plasticina. Consegui arranjar motivação para o publicar apoiado em duas ideias. Primeiro, porque é uma boa desculpa para atenuar a injustiça de ainda não ter linkado o Plasticina, um blogue relativamente recente que se tem tornado numa leitura regular. Segundo, porque queria aproveitar para evocar uma memória comum com os meus pais.
Rever esta fotografia traz-me à memória sobretudo o meu pediatra. Recordo-o como um homem bom, um médico extremamente competente e humano, com o agradável hábito de não tratar as crianças como atrasadas mentais, nem os progenitores como histéricos hiper-protectores. Tenho na memória a imagem do seu consultório, na António Augusto de Aguiar, como se lá tivesse estado há pouquíssimo tempo. O balcão de recepção logo à entrada. Para a esquerda os gabinetes do seu irmão e do seu pai. Para a direita, ao fundo do corredor, a sala de espera e o seu próprio gabinete. Dentro deste, na parece oposta à porta, atrás da sua secretária, pontificava alegre e orgulhosamente um poster semelhante ao que hoje revi. Para muita gente aquele poster é uma imagem do 25 de Abril. Para mim é uma memória simples e doce da infância.

1 Comments:

At 12:42 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Fico contente pela memória que te reavivei.

Um abraço

 

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