Nojo
Que o JPH se enoje com os blogues políticos anónimos, é lá com ele. Que não queira dizer quem são os jornalistas que, promiscuamente, misturam actividade profissional com a actividade bloguista anónima, também é lá com ele. Mas não pode ficar à espera de grande reconhecimento pelo facto. Porque se não quer desmascarar os profissionais que conspurcam a sua classe profissional, mesmo que ninguém lhe peça que o faça, não pode, sinceramente, apresentar-se como paladino dos bons valores e dos bons princípios. Não enquanto se prontificar a tolerar a infâmia no seu quintal.
O julgamento do JPH contém um vício frequentemente repetido na blogosfera. Para o JPH, os blogues políticos anónimos são um antro. Antro de bufaria, escreve ele; de bufaria caluniosa, depreende quem lê. E por aí se fica. Está dito, é um facto, um absoluto incontestável, que não merece sequer que se prove o que se afirma. Mas isso, é preciso que alguém lho explique, não é nada. Nem sequer é princípio de argumentação. É preconceito puro e simples. É distorção da realidade que o JPH, mesmo que quisesse, nunca conseguiria comprovar.
Repito, para que não haja confusões. Que o JPH não goste de blogues políticos anónimos é exclusivamente com ele. Mas isso é muito diferente de os despromover a todos, por atacado, a meros locais de difamação.
Na combinação conteúdo-assinatura dos posts, o JPH enfatiza a assinatura. O conteúdo fica para segundo plano. Porque, para ele, se não tem nome, mete nojo. São, assim, metidos no mesmo saco os justos e os pecadores. Ora, que os justos paguem pelos pecadores é uma coisa que me faz muita impressão. Que me mete nojo. Julgo mesmo que não condenar inocentes é uma das mais elementares regras morais que está ao alcance do entendimento de quase toda a gente. Que isso não mereça um momento de reflexão do JPH é uma coisa que não cessa de me espantar.
Há por esta blogosfera muito post e muito blogue anónimo versando sobre política. Há muitos exemplos que expressam bem que o facto de não botar assinatura não inviabiliza a honestidade intelectual, a frontalidade, o rigor, a verdade e o respeito pela dignidade dos eventuais visados. E exemplifico desafiando quem quiser a descobrir nos posts do Irreflexões, ou no Blogame Mucho, ou na Natureza do Mal algo que viole algum destes princípios. Haverá mais, muitos mais, mas estes são, para mim, os exemplos mais marcantes. Gente que tenho em boa conta, apesar de não os conhecer de lado nenhum, e que me custa ver assim injustamente enxovalhados.
O JPH está disposto a lançar lama para cima de muitas pessoas, num gesto que tem tudo de igual ao que ele pretende criticar nos blogues políticos anónimos. Fá-lo com a agravante de vir anunciar que encontrou a passagem para o reino de Hades, mas recusando-se a divulgar as suas coordenadas. Perde, assim, a superioridade moral de que necessita para suportar tanto nojo. E deixa a impressão de estar a perder a perspectiva da hierarquia de prioridades.
2 Comments:
O JPP só publica os comentários que lhe convêem.
Não era melhor simplesmente não publicar nada?
Cool guestbook, interesting information... Keep it UP
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