Sentimentos de insegurança
No editorial do DN de hoje, aborda-se o sentimento de insegurança da população. Embora o editorial se concentre mais na autoridade das forças de segurança, para compreender os sentimentos de insegurança associados à criminalidade não se pode menosprezar outros aspectos. Nomeadamente, tal como é referido, a exposição dos cidadãos à criminalidade. Mas também o factor de identificação com a vítima ou com a situação.
De uma forma geral, seremos todos sensíveis a actos de natureza violenta, como, por exemplo, os homicídios ou as violações. Essa sensibilidade será tanto maior quanto a proximidade com a vítima. Se a vítima for um familiar ou um amigo, estaremos, certamente, perante uma tragédia. Mas se o mesmo acontecer com um perfeito desconhecido, já estaremos, provavelmente, menos sensíveis ao dramatismo do acontecimento. Da mesma forma, se o acto violento se der numa circunstância que nos seja familiar (num local que frequentamos ou durante uma actividade que também desempenhamos) teremos, naturalmente, uma maior identificação emocional com o acontecimento. Exemplificando, de cada vez que é noticiado que um árbitro foi agredido num estádio, a maior parte de nós pode indignar-se com tamanha demonstração de selvajaria, mas não se preocupará muito mais do que o tempo de duração da notícia. Os restantes árbitros já não pensarão exactamente assim...
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