Carrilho e Santana
O Acanto publicou uma análise às ambições de Manuel Maria Carrilho. Pode ser que tenha razão e que MMC esteja já a pensar nas Presidenciais, embora me pareça que se trata de um cargo político sem o relevo e o poder que o Acanto reconhece serem do agrado de MMC.
Não me parece de todo que a ambição seja algo condenável a priori. Julgo que faz parte do código genético de muitos políticos. E é natural que assim seja, desde que se baseie em pressupostos elementares como a competência, a seriedade e a demonstração de resultados. No entanto, na política, como em qualquer outra situação, é importante demonstrar que se pretende efectivamente ocupar os cargos intermédios na trajectória definida, para além de se reunir as condições de competência que estes exijam. O problema de MMC passa muito por aqui. De resto, tal como Santana Lopes. Todos lhe reconhecemos essa ambição política. Todos os imaginamos a quererem S. Bento ou Belém. Só que nesta espiral ascendente de aspirações políticas passam despercebidos os estágios intermédios. MMC e PSL passam tanto tempo a projectar a sua imagem para níveis superiores que se esquecem das suas responsabilidades imediatas. Alguém já se lembrou de analisar o mandato de PSL na CML? Alguém já se lembrou de como seria a CML com Carrilho? É isto que me parece reprovável. O futuro torna-se tão importante que o presente perde relevo. E o primeiro não faz sentido sem o segundo.
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