quarta-feira, dezembro 03, 2003

A fusão PSD - PP

Haverá certamente defensores desta fusão partidária. Não me parece é que Paulo Portas seja um deles. Portas nunca conseguiria ser líder do que quer que seja onde o PSD esteja envolvido. Não enquanto existirem sociais-democratas que se lembrem do que Paulo Portas fez ao Cavaquismo. A lista de inimigos que Portas tem dentro do PSD nunca o deixaria chefiar os destinos do partido.
Julgo, embora não esteja familiarizado com a militância social-democrata, que a pessoa que mais se aproxima do registo liberal-populista de Portas, se bem que, pelo menos exteriormente, mais moderado, será Pedro Santana Lopes. E PSL não é o aliado ideal para ajudar à concretização dessa fusão por duas razões. Em primeiro lugar, porque PSL também não reúne consenso no seu próprio partido. A popularidade que detém junto do eleitorado é capaz de ser maior do que aquela que detém no PSD. Apesar das tentativas, os congressistas do PSD nunca lhe confiaram a liderança partidária e lá saberão porquê. Em segundo lugar, precisamente porque PSL almeja a liderança do PSD. Nem PSL nem Paulo Portas têm perfil para ser número dois. Já o demonstraram muito bem e muitas vezes. PSL nas suas candidaturas à liderança do PSD e na sua indisfarçável sede de protagonismo. Paulo Portas na forma como ultrapassou Manuel Monteiro e na sua indisfarçável sede de protagonismo.
Provavelmente o problema passará por aí. São demasiado parecidos.