terça-feira, abril 27, 2004

Uma esperança

O túnel do Marquês vai parar por decisão judicial. É uma vitória para José Sá Fernandes, mas também para Lisboa, para a participação cívica e para a democracia.
É também, por que não dizê-lo, uma vitória de Abril.

Nos últimos parágrafos do seu editorial, José Manuel Fernandes caracteriza claramente a decisão do tribunal que ordena a interrupção das obras no túnel como insensata. Para isso, alega os danos causados aos lisboetas, por tempo indeterminado, e o prolongamento do caos. Como se o facto de termos disponível um estudo idóneo sobre as consequências da construção deste túnel não fosse um interesse superior ao mal estar provocado pelo estado em que se encontra aquela zona de Lisboa. As reservas que o túnel do Marquês levanta não se prendem com o incómodo que a sua construção provoca, mas sim com aspectos como a utilidade, a segurança de construção e circulação, o impacto ambiental, geológico e urbanístico. Se se concluísse que tudo estava salvaguardado, o que me custa a crer, o caos actual seria o menor dos problemas.