Deja vu
Será que já postei alguma coisa parecida com o texto anterior? Era capaz de jurar que sim. Por outro lado, ainda na quarta-feira reli o blogue e não me lembro de nada em concreto.
Deja vu terá acento? Se calhar mais do que um. Que se lixe...
...ou outra coisa qualquer. Postagem de Miguel Silva Mails para: correio_para_espanha@yahoo.es
Será que já postei alguma coisa parecida com o texto anterior? Era capaz de jurar que sim. Por outro lado, ainda na quarta-feira reli o blogue e não me lembro de nada em concreto.
Das primeiras coisas que fiz no blogue foi activar a opção dos títulos. Agora vejo-me recorrentemente na situação de ter um texto prontíssimo para publicação, já copiado para a respectiva janela, e o título ainda por definir. Chega a ser exasperante encontrar meia dúzia de palavras que se adaptem ao texto. É a angústia do título no momento do post (olha, isto se calhar dá um bom título).
O Janela para o Rio postou uma lista dos seus singles preferidos. Na metade estrangeira estão também algumas das músicas que me têm feito companhia nestes anos. Por exemplo, Black dos Pearl Jam, Brothers in Arms dos Dire Straits, Creep dos Radiohead e One dos U2. Já de Smashing Pumpkins proponho Soma, do álbum Siamese Dream.
Quem percorre as ruas de Lisboa depara com os novos cartazes do PS. O foco centra-se nas promessas não cumpridas por Santana Lopes. Desta vez o tom é mais calmo e ao mesmo tempo mais acutilante. Devia ter sido assim desde o início.
Ferro Rodrigues volta a ser tema de conversa nalguns blogues. A causa, desta vez, é uma sondagem onde o líder do PS tem uma avaliação negativa por parte do eleitorado, ficando atrás dos outros líderes da esquerda parlamentar e acima dos líderes dos partidos da direita.
Aconselho vivamente a leitura deste post do Quase em Português. É a constatação do que já todos sabemos mas, apesar disso, continuamos a preferir fechar os olhos. Não sei se dói mais saber que é tudo verdade ou saber que todos sabemos que é verdade. Pode ser que na Alemanha as coisas também sejam mais ou menos iguais, salvaguardadas as devidas idiossincrasias, ou que em Espanha seja quase a mesma coisa. Não interessa. É perfeitamente indiferente. O que incomoda verdadeiramente é saber que por cá é assim. E que não há luz ao fundo do túnel. Porque, de facto, não há.
Há já umas semanas valentes, numa daquelas conversas de referência das quais nos recordamos por muito tempo, a certa altura dei por mim a pensar na carga simbólica que recheia todas as nossas acções. Sobretudo, interessou-me a capitalização que fazemos do poder simbólico que os objectos têm. Transportando para a realidade dos blogues, já algum blogger se perguntou qual é o significado simbólico que o blogue tem para si e para os outros? Não será que este hábito, que também tenho, de assinalar os aniversários dos blogues não passa de uma forma de capitalizar o poder do simbolismo associado à sobrevivência temporal de um blogue?
No que diz respeito à possibilidade dos homossexuais poderem adoptar, tenho uma posição muito definida. As opções sexuais de uma pessoa não devem ser impeditivo para que possa adoptar uma criança. Por uma questão de justiça, de coerência e de humanidade.
As consequências de estar uma semana sem postar são imprevisíveis. Neste caso, calhou-me o azar de ter sido uma semana repleta de acontecimentos, no mínimo, interessantes. Um meio dinâmico como a blogosfera não se compadece com ausências tão grandes. A obsolescência dos temas avança a um ritmo vertiginoso. No entanto, esta percepção pode estar redondamente errada. Não sei bem até que ponto é que o dinamismo dos blogues desactualiza com justiça os temas que vão sendo abordados. Certamente muitos temas não merecem muito mais atenção do que a que lhes é dedicada. Mas outros poderão sofrer bastante com a volatilidade temática dos blogues.
Faz hoje seis meses que dei início ao Viva Espanha. Daqui a pouco vou imprimir todo o conteúdo do blogue e dedicar uma leitura atenta ao que aqui tenho publicado. Tenho uma certa curiosidade em saber se isto faz algum sentido ou não.
Os primeiros momentos da manhã são passados na central de marcação de consultas do Hospital de Santa Maria. Quando finalmente consigo marcação, presenteiam-me com um caderno de consultas. A ideia de um caderno de consultas é muito útil. É prático e económico. Mas, ainda que bastante pequeno, um caderno com tantas folhas não deixa de ser desanimador para qualquer paciente.
A diferença entre as palavras de João Soares e as de Jorge Coelho é que o primeiro quer mostrar-se como alternativa a curto prazo e o segundo prefere esperar. Jorge Coelho lá vai afirmando a sua solidariedade para com Ferro Rodrigues, enquanto também manifesta a sua vocação para um dia vir a liderar os destinos do partido. Nesta pequena nuance pode interpretar-se um sinal interno. Nenhum candidato à liderança do PS se poderá esquecer de Jorge Coelho. As consequências poderão ser graves. Não se ganha o PS sem Jorge Coelho, muito menos contra Jorge Coelho.
Se as movimentações para substituir Ferro Rodrigues já começaram, ou se tardam em começar, ou se sempre existiram, não é a questão central. A questão central é a forma como o país está a ser governado e as reais alternativas que se apresentam. O PS lidera as sondagens, tem a direcção mais à esquerda de que há memória e demonstra abertura a uma coligação com outra(s) força(s) política(s) do mesmo espectro. Há condições palpáveis para alcançar o poder e consolidá-lo com uma coligação que permita governar estavelmente durante quatro anos. Sem cinzentismo, sem centrismo, sem Daniel Campelo. Compreendo que as coligações à esquerda assustem muita gente. Mas para todos os que querem ver a actual coligação substituída o mais rapidamente possível, não faz sentido enjeitar a oportunidade que se apresenta. Ou será que se contesta tanto a liderança de Ferro Rodrigues porque, com ou sem coligação, pode vir aí um governo de esquerda?
Para mim, uma das coisas mais intrigantes da política nos últimos tempos tem sido a vontade, evidenciada por tantos, de substituir Ferro Rodrigues na liderança do PS. A direcção de FR apareceu para ser queimada. Julgo que todos anteciparam um líder transitório. FR perderia, como se anunciava, as legislativas e colocaria o lugar à disposição nessa altura ou pouco depois. Aí sim, apareceriam os verdadeiros salvadores do PS, que o levariam de vitória em vitória até às próximas legislativas.
Boa notícia: mais dia menos dia, Celeste Cardona vai abandonar o governo.
Segundo o Público, Celeste Cardona já percebeu que o seu nome é dos primeiros na lista de remodelações deste governo. Nem dentro da coligação a ministra encontra apoio.
A França aprovou ontem, por larga maioria, restrições aos símbolos religiosos nas escolas públicas. É impossível evitar uma certa perplexidade perante uma medida que parece confundir a desejável laicização do Estado com uma, no mínimo, duvidosa laicização dos estudantes. Mais ainda, causa desconforto sentir que é uma lei, na sua génese, talhada de propósito para a comunidade islâmica.
Adaptar os conteúdos e as formas de transmissão dos mesmos ao público é uma das regras básicas da comunicação. Muitas campanhas começam a falhar por aí. Como parece que vai ser o caso da Educação Sexual nas escolas. Tendo por base o que se lê no Barnabé, que por sua vez se baseia no que se lê na Notícias Magazine, Mariana Cascais entregou ao Movimento de Defesa da Vida muitas responsabilidades nas acções de Educação Sexual nas escolas. Advogar junto dos jovens, como faz este movimento, valores como a abstinência e a fidelidade traduz não só juízos de valor dispensáveis no meio escolar, como também uma incompreensão gritante da cultura juvenil. Vir pedir a adolescentes e pré-adolescentes que ajam de acordo com estes princípios é uma ideia perfeitamente peregrina. Embora possa haver um número significativo de jovens dispostos a proceder desta forma, para os outros, os que não compreendem ou não se identificam com estes valores, a estratégia vai resultar totalmente improdutiva. Já para não falar que qualquer pessoa tem direito à sua sexualidade e a vivê-la da forma que lhe apetecer, desde que obviamente salvaguardados os direitos de terceiros.
O dia de publicação dos textos sobre o futuro da blogosfera acaba de ser transferido para quinta-feira. Isto é que é volatilidade blogosférica.
Ainda na 2:, também ontem se pode assistir a um programa intitulado Clube de Jornalistas. Nele se debateram, em diversas vertentes, as fontes dos jornalistas. Apesar de ter seguido o programa com interesse, fiquei sem saber o que é que permite a um jornalista ter confiança numa fonte. Dos assuntos tratados, e mais do que ver dissecados os casos apresentados, estava particularmente interessado em saber em que medida se estabelece uma relação de confiança entre um jornalista e a sua fonte. Como é que se estabelecem os contactos iniciais? O que é que a torna credível? Como é que se diferencia a informação da manipulação? Existe uma análise crítica e periódica das fontes e das informações? Julgo que são aspectos essenciais da acção jornalística que gostaria de ter visto esclarecidos. Para beneficiar essa relação de confiança que também existe entre os consumidores e os jornalistas e que se tem vindo a deteriorar.
Hoje deve haver publicação dos exercícios de adivinhação sobre o futuro da blogosfera no Bloguitica. Aguardo paciente e curioso.
Na entrevista a Jorge Coelho, emitida ontem pela 2: e disponível no Público de hoje, ressaltou a forma de jornalismo que os entrevistadores privilegiaram. Foi um jornalismo de guerra. Os entrevistadores optaram por lançar projécteis e ficar a assistir à capacidade do ex-ministro de se esquivar deles com maior ou menor dificuldade (de uma forma geral esquivou-se bem).
No Forum Cidade está publicado um post que reproduz um texto de Miguel Coelho sobre os tristemente famosos cartazes do PS em Lisboa. Pergunta o responsável do PS ‘porque é que o PS está proibido de abordar as questões que se prendem com a segurança? É um terreno onde só a direita pode intervir, vedado à esquerda?’
Devido a pressões insustentáveis sobre o autor, muito brevemente serão acrescentados mais blogues à coluna de links. Espero desta forma apaziguar os ânimos de determinado grupo de pressão, especialmente interessado no link para um certo blogue com nome de besta de carga.
O Belenenses possui uma das poucas piscinas olímpicas de Portugal. No ano passado, as piscinas do clube foram seriamente afectadas pelo mau tempo, inviabilizando a sua utilização. Especialmente prejudicada tem sido a equipa de natação, onde pontificam alguns jovens valores da natação nacional, incluindo alguns detentores de records nas suas classes. O Belenenses tem vindo a adiar a recuperação das instalações, o que obriga os nadadores a treinar noutros complexos. Mesmo admitindo que a despesa para reparar as piscinas seja avultada e que o clube não tenha propriamente uma situação financeira invejável, não se percebe muito bem como é que pode ter sido considerado prioritário reforçar a equipa de futebol com oito (!) jogadores. Recorde-se que o CFB está a fazer uma temporada miserável no futebol, pouco diferente daquilo a que tem habituado os sócios nos últimos anos, enquanto desportistas que também defendem as cores do clube, já com provas dadas e com uma carreira desportiva à sua frente são negligenciados pela direcção. Exemplar e edificante…
Requicha Ferreira foi substituído nas suas funções. Depois do caso Martins da Cruz e do caso da lista de grevistas, o mínimo que se pode dizer é que já saiu tarde. Sem querer ser exaustivo, ocorre-me que continuam em funções, sem condições políticas para o fazer, Paulo Portas, Celeste Cardona, David Justino e José Cesário. Figueiredo Lopes e Amílcar Theias também possuem um historial governativo que clama por uma remodelação.
Por falar em Bloguítica, Paulo Gorjão anunciou o seu regresso definitivo a Portugal. Se a decisão foi tomada sem constrangimentos desagradáveis e de livre vontade, só há uma coisa a dizer. Erro. Grande erro. De qualquer forma, aqui ficam os votos de boas vindas.
-What’s your name?
Desde há muito tempo que me interrogo se a alarvidade tem mais expressão na classe da esperteza saloia, em que o alarve se apercebe das implicações das suas palavras ou gestos, mas não se constrange, ou na classe da estupidez congénita, em que o alarve nunca chega a ter noção da profundidade do disparate.
Fico impressionado, no mau sentido da palavra, com o (re)surgimento de saudosismos salazaristas. Essa magnífica interpretação branqueadora, desculpabilizante e implicitamente elogiosa da ditadura salazarista ou provém dos adeptos do regime, ou dos desconhecedores da realidade, ou dos espertalhões mal intencionados, cuja escrita é mais rápida que a honestidade e o bom senso.
Paulo Gorjão, no Bloguítica (Post 326), pede colaboração para a divulgação do seguinte desafio: